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Foto do escritorBruna Fernandes

AN crua - Matéria pra revista Cães & Gatos Vet Food

Em outubro de 2019 tive o prazer de participar de uma entrevista para equipe web da revista Cães & Gatos Vet Food, onde pude colaborar para a comunidade veterinária com a minha visão sobre a alimentação natural na modalidade crua.


Com a crescente fama desta nova modalidade de alimentação de cães e gatos, viu-se necessário realizar pesquisas nacionais sobre seus riscos e benefícios, já que boa parte dos dados documentados que temos até o momento ainda são de pesquisas internacionais. O tutor brasileiro tem se interessado cada vez mais em aprender e melhorar a vide de seus pets, com isso cabe a nós profissionais, pesquisadores e veterinários atuantes na clínica, acompanhar a evolução do ramo e buscar a atualização constante. E é exatamente o que tenho feito desde a graduação, ler, pesquisar e orientar tutores com base em informações descritas em literatura, enfatizando riscos e benefícios.





A dieta crua, também conhecida como alimentação natural crua, é uma dieta feita com cortes de carnes in natura, sem passar por cozimento, algo considerado a ser o mais apropriado para a fisiologia de cães e gatos. Esta modalidade foi pensada observando o que os ancestrais de caninos e felinos comiam na natureza. Há ainda, dependendo das necessidades de cada animal, porções de carboidratos, frutas, ovos, vegetais, ossos carnudos, vísceras, complementos e suplementos. O objetivo de se oferecer uma dieta tão diferente do que se é considerado o "correto" há tantos anos é resgatar o que por milhares de anos de fato era o normal pros ancestrais de cães e gatos. Afinal, eles não evoluíram comento ração seca comercial, não é? Mas aqui preciso fazer um parênteses, apoiar essa modalidade de alimentação não me faz não recomendar as consagradas rações, visto que elas servem ao propósito básico de nutrir, atualmente há marcas de oferecem um produto realmente de qualidade, algumas são de grande auxílio em algumas doenças, e em questão de praticidade saem ganhando da alimentação natural, visto que para oferecer ao animal basta abrir o pacote.


Por outro lado, é absolutamente o melhor pro organismo deles? E essa é uma pergunta com mais de uma resposta certa. Do ponto de vista biológico, a alimentação natural crua com ossos seria a mais adequada, devido á sua composição, que geralmente possui pouco, ou nenhum, carboidrato, ao contrário das rações. Já do ponto de vista realista, a melhor dieta será aquela que cumpra a função de fornecer todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo animal, e que ao mesmo tempo esteja de acordo com as condições financeiras do tutor, em outras palavras, o melhor que o tutor puder oferecer. É importante frisar essa questão, pois vemos diferentes realidades na rotina clínica, e nem todos podem oferecer uma dieta caseira, ou mesmo uma ração super premium para seus pets.


Outro ponto pertinente sobre esse assunto, e o tema mais central da matéria pra revista, é a segurança em se manipular e oferecer carnes que não passaram por cozimento, tanto para o animal, quanto para os tutores e outros familiares que convivem como o pet. O cozimento é sabidamente uma forma de se eliminar a maioria dos patógenos que podem estar presentes em qualquer alimento in natura, como parasitos e bactérias.


Entretanto há outros meios de se lidar com esses possíveis patógenos, além da própria indicação da dieta, ou seja, apenas animais atestadamente sadios, que não tenha contato com pessoas com o sistema imune comprometido, e que tenha tutores que respeitem as orientações de manipulação de carnes cruas, geralmente passada por quem prescreve a dieta, estarão aptos a recebê-la. E é sobre esse tema tão pertinente aos dias atuais que eu falo na matéria, comentando sobre pesquisas existentes, pontos falhos e o que temos de informação segura, fazendo um paralelo com a realidade brasileira.


Confira mais sobre esse assunto nas matérias, através dos links:





Deixo aqui novamente meu muito obrigada á equipe da revista Cães & Gatos Vet Food e à redatora Cláudia Guimarães, por me dar esse espaço para difundir novas informações e iniciar diálogos pertinentes sobre a saúde animal.



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