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Foto do escritorBruna Fernandes

Ossos recreativos

🦴 Ossos tem sido um assunto polêmico desde sempre, seja entre tutores ou profissionais. Pessoalmente, acredito que a informação correta e imparcial é sempre o melhor caminho, e é sobre isso que eu quero conversar com vocês hoje. Eles tem benefícios, riscos e formas seguras de se utilizá-los.



"Mas eu preciso dar osso pro meu cachorro?"

Não, e tudo bem. Eu não quero que vocês se sintam pressionados á dar ossos ou dieta caseira, ou seguir qualquer outra conduta que esteja em alta no mundo pet, mas eu prefiro que vocês estejam munidos de informações corretas se em algum momento se interessarem pelo assunto.


Tenho uma grande aversão á terrorismos, o famoso "você estará matando seu filhote se não fizer tal coisa, ou não der tal dieta pra ele" (a não ser que de fato seja esse o caso né rs), e também á pensamentos binários, que neste assunto seria " ossos são do mal e ponto" ou "ossos são a 8ª maravilha do mundo e não tem risco algum", te veio á cabeça algum profissional que fala dessa forma? rs pois é.


Nunca fui de pertencer á uma só tribo, de tatuar um mantra na testa e me recusar á pensar de outra forma, ser só da turma da ração ou só da turma da alimentação natural. E como isso se reflete nas minhas condutas profissionais? todo assunto que eu vejo alguém colocando como uma cura mágica, ou a pior coisa que já existiu na terra eu vou atrás do outro lado da história, independente do meu apego ao assunto. Com os ossos não seria diferente.


Aprendi na faculdade e ví de perto o que o mal uso deles pode causar aos animais, fui então atrás do porquê pessoas tem vontade de dar ossos aos seus pets, descobri os ossos recreativos, as dietas cruas com ossos, a influência na saúde dentária, e descobri também a desinformação quanto aos riscos e uso correto.


O osso recreativos serve pro pet gastar energia, passar o tempo, estimular o cognitivo, diminuir ansiedade, e traz grande sensação de bem-estar. Há ainda incontáveis relatos de melhora/manutenção da saúde dentária.


O osso deve ser bem grande, de modo que o pet consiga roe-lo mas não engoli-lo, não pode ser muito fino (como costelas), e deve conter ainda um leve revestimento de carne, tendões e cartilagem em volta da peça, para absorver o impacto dos dentes do pet, diminuindo assim o risco de fraturas dentárias.



Ossos jamais devem ser aquecidos, cozidos, assados, defumados ou fritos, pois quando são submetidos á altas temperaturas mudanças ocorrem em sua estrutura, fazendo com que ele quebre mais facilmente e forme pontas que podem perfurar o trato gastrointestinal do pet.



Na compra, evite ossos serrados na longitudinal, prefira-os inteiros, pois as bordas serradas podem machucar a boca dos pets.



O momento de recreação com o osso do pet deve ser sempre supervisionado, principalmente quando o pet nunca teve contato com ossos dessa forma, pois eles podem ser muito afobados e desgastar o osso rapidamente, correndo o risco de deixá-lo num tamanho que possa ser engolido.


Riscos:

  • Ossos pequenos podem ficar entalados no céu da boca do pet, entre os dentes, podendo passar despercibo pelo tutor, e pode haver ainda o risco de posterior deglutição do osso caso ele saia sozinho do céu da boca. No caso de deglutição, é possível que o pet precise de uma cirurgia para remoção do osso.


  • Ossos finos: ossos como a costela, rádio e ulna, mesmo crus, correm o risco de quebrar mais facilmente e causar alguma lesão na boca do pet.


  • Ossos sem cobertura de carne, tendões e cartilagem: sem a presença de um tecido pra amortecer as dentadas do pet, existe o risco de ocorrer um fratura nos dentes do animal, o que pode requerer procedimentos odontológicos para correção e alívio da dor. O risco é ainda maior para pets com dentes fragilizados por cáries e/ou tártato.


  • Ossos aquecidos: estes quebram facilmente, formam pontas e lascas que podem lesionar seriamente o organismo do animal por dentro, causando hemorragias, infecções generalizadas e óbito, quando não tratado. E ainda quando tratado, a recuperação da cirurgia emergencial é complicada, e a cirurgia em si tem alta taxa de óbito, especialmente nos casos em que se demora a levar o pet para o atendimento veterinário.

  • Osso de medula: também chamados de osso de mocotó, estes ossos possuem uma passagem no centro onde facilmente pode entrar a mandíbula de cães com focinho finos e acabar ficando agarrada. Além de ser uma situação dolorosa, pode causar fratura dentária, fratura da mandíbula e ser necessário um equipamento específico para serrar o osso sem machucar o pet.



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